terça-feira, 30 de setembro de 2008

Património


Era um fim de semana como outro qualquer o fresco da tarde convidava a um passeio pela cidade. Os passos levam por ruas e becos de Alfama, uma aldeia na cidade, subo ao Castelo de S. Jorge, umas fotos aqui outras fotos ali. O jogo cromático das casas dá um ar mágico a este bairro que só é visitado em tempo de Festas Populares.
Senti-me turista pois poucos eram os portugueses por ali a passear.

Subo ao Castelo e aprecio o casario dentro das muralhas, não entro pois recuso-me a pagar para visitar algo nosso que deveria de ser grátis.

Saio do Castelo e aqui começa o motivo deste post:




BELMONTE PALÁCIO
BELMONTE PALÁCIO - Passagem para o Pátio de Dom Fradique
Pátio de Dom Fradique





Mas, e talvez por isso, temos ao fundo do Pátio a Rua dos Cegos e será que na Câmara querem que todos sejamos CEGOS SURDOS E MUDOS??????









segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Tudo e o Nada


Hoje apetece-me falar de... nada!
Mas que tem o nada a ver com isto?
Se nada é nada, para quê falar do... nada?
Nada é nada!
Mas o nada é mais que nada.
Nada pode ser nada
Mas nada pode tambem ser tudo
Tudo num nada ou nada num tudo
Hoje não quero nada!
Rejeito o nada
Porque nada quero
Nada espero
Tudo eu quero num nada
O nada está à nossa mão
É fácil abandonar o nada
Que abandonar o tudo
Não tendo nada
Nada perco
Se tiver tudo posso
Ficar com o nada
Não faço nada
Mas faço tudo
Com amor...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Encontro


A vida é feita de encontros e desencontros
Um desencontro na solidão
Um encontro na multidão

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Até já!

Entro no carro, estou disposto a ir aquele lugar que ainda nem sei onde fica.
Porém esse lugar existe. É um sitio onde podemos levar o nosso pensamento a arrumar ideias, sonhos, ambições, frustrações, emoções eu sei lá!


Não sei fazer este exercício acompanhado.


Parto em busca de lado algum mas sei onde o encontrar! Pode até estar quase à porta de casa ou a centenas de quilómetros... A certeza de que quando o encontro digo para mim próprio é aqui!


Nós passamos centenas de vezes num local e como já nos é familiar mal reparamos nos pormenores. É quase como aquele amigo que um dia nos conta um episódio da sua vida que desconhecíamos em absoluto e passamos a observá-lo de outra forma e até reparamos que, por vezes, o seu caracter ficou marcado para a vida. Antes nem nos tínhamos apercebido! O turista quando chega a um local desconhecido vem com olhos de ver e repara em pormenores que nós, por ser um local familiar, olhamos sem ver.

Quando parto em busca do meu eu não pré-defino o local: praia, campo ou mesmo cidade.

Ao passar num local digo para mim próprio ? é aqui! Até pode ser um local não tão isolado como isso, porém tenho que me sentir isolado para parar e fazer uma pausa.

Poder olhar o infinito e pensar...

Partir em busca dum momento que se tira no prazer de estar só é tão gratificante como estar com os amigos à volta duma mesa. É poder olhar e contemplar o que doutra forma não vemos. O turista e nós quando visitamos qualquer local desconhecido temos a atitude de parar, ver, descobrir até mesmo sentir...

Fixar um ponto no horizonte seja numa praia, ou no campo e a partir daí fazermos a introspecção o encontrarmo-nos a nós.

Entro no carro e lá parto em busca de mim, não dou boleias porque hoje este dia é meu!


Até já...

Caminho para o mar...



terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cidade Azul



Uma pedra no caminho...

As ondas espreguiçam-se na areia lambendo as pedras umas rolam há minha frente batendo-me nos pés...
Parece terem pressa de chegar a lado nenhum, como tanta gente que passa a vida num corre-corre e nunca chegam ao destino...


Reparo nas pedras e olho-as como se de pessoas se tratassem:

Umas redondas e suaves, outras mais aguçadas.

Umas grandes outras pequenas, mas todas pedras.


As pessoas tambem são assim:

- As redondas são as que trazem a ternura porque não magoam. Podemos caminhar sobre elas e nunca nos fazem mal.

As aguçadas nem precisam ser grandes pois magoam sempre...

Na natureza não há duas pedras iguais.

Assim são as pessoas!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O pardal e o mar

Sento-me na esplanada com o mar no horizonte...

Curiosa esta vontade de me encontrar com o mar. Fico à espera de um segredo...

A vida reflecte-se ali naquelas ondas num vai vem constante e, em cada uma delas, descubro um ano, um minuto, às vezes um momento.

Um pardal vem em busca duma migalha esquecida na mesa. A minha praia é assim, tem pardais. Contempla-me antes de se aventurar a tirar aquela migalha ao alcance da minha mão, parece que diz “posso-me servir?” Bichinho atrevido aventura-se para mim, ele sabe que pode confiar. Assim tivesse eu tantas certezas na vida!

Tambem não haveria mar nem praia para poder ver a vida, e a contemplação num instante por breve que fosse. Chego à conclusão, que Deus fez o mar para estarmos mais perto da meditação com Ele. Ninguém fica indiferente à grandiosidade daquela massa de água ali ao nosso alcance:

Que não bebemos, mas somos por ela abençoados!

Cada onda é uma mão que nos toca e afasta num aviso...

A água benta não sabe a sal?

As lágrimas são o mar que trazemos na alma.

Acho que Deus vive no mar!

Aquele bichinho tão frágil mas tão seguro, quando o seu bico leva mais uma migalha. Já nós, neste vai vem das ondas da vida e em que nos sentimos fortes e poderosos não temos a capacidade de separar o bem do mal, o forte do fraco.
O empregado chega e peço um café. Por um instante perco o pensamento e a presença da minha companhia. O café está na mesa e tudo retoma ao normal. A vida está aqui à minha frente num pardal destemido que teima em ficar e no mar que contemplo.
Olho melhor e vejo naquele bichito o meu ser. Sim sou eu um pardal que mendiga uma pitada de mel num abraço, que me arrebato num beijo e fujo num pulo se sinto a ameaça.
Vejo no mar o palco da vida.

Após algumas migalhas o pardal parte não sem antes me olhar e num pio disse adeus!

Ganhei um amigo!

Trilhos

Mesmo num deserto,

Há sempre uma flor

Perfumando o caminho

segunda-feira, 8 de setembro de 2008